Masculinidades na Indonésia; Marrocos e Jordânia; e Ruanda, África do Sul e Uganda

Uma série de três relatórios da Equimundo oferece uma visão clara e baseada em dados sobre como jovens homens (de 18 a 40 anos) em seis países estão navegando pelas normas sociais tradicionais e mudando os papéis de gênero na era digital. Em um momento em que os debates sobre masculinidade podem se tornar intensos e polarizados, esses estudos se destacam com uma linha simples: os jovens homens não são inerentemente resistentes à igualdade de gênero; eles buscam conexão, propósito e oportunidades justas em um mundo em rápida transformação.

Esses relatórios foram produzidos por meio do Projeto Geração Gênero (Gen G), em colaboração com parceiros nacionais em cada região. A Gen G capacita líderes jovens e organizações da sociedade civil para abordar as causas profundas da desigualdade de gênero e impulsionar mudanças sustentáveis. Trabalhando com um consórcio que inclui Equimundo, Rutgers, ABAAD e Sonke Justiça de GêneroO programa coloca os jovens em seu centro – tanto como catalisadores para a transformação sistêmica quanto como um grupo-chave a ser engajado. Ao fazer isso, a Geração G está ajudando a construir sociedades mais inclusivas, estáveis e equitativas.

 

O que esses relatórios mostram

  • Os papéis tradicionais continuam poderosos — e contraditórios. A masculinidade está amplamente ligada à provisão financeira, à autoridade e ao status social, mas muitos homens também desejam cuidado, conexão e tomada de decisões compartilhada. O apoio à participação política das mulheres coexiste com a crença de que os homens são melhores líderes.
  • Otimismo em meio à pressão. Embora os homens se preocupem com empregos e estabilidade econômica, a maioria espera que suas vidas – relacionamentos familiares, finanças, trabalho – melhorem na próxima década.
  • Lacunas de conexão e resistência emocional. Muitos homens relatam laços estreitos, mas uma parcela considerável ainda se sente desconhecida ou incapaz de se mostrar vulnerável. Normas de autossuficiência limitam a busca por ajuda e o diálogo aberto.
  • A percepção de ameaça de gênero alimenta a reação negativa. Quando os homens se sentem marginalizados – acreditando que a sociedade ignora os problemas dos homens ou que os homens estão “ficando mais fracos” – eles têm mais probabilidade de rejeitar a igualdade de gênero, sentir-se pessimistas e se desligar.
  • A vida digital molda a identidade e o controle. Espaços online e influenciadores desempenham papéis descomunais na forma como os homens pensam sobre sucesso, relacionamentos e pertencimento. A tecnologia também é usada para monitorar ou controlar parceiros (por exemplo, verificando telefones ou localizações), com homens e mulheres relatando esses comportamentos.
  • As instituições e a confiança cívica variam, mas a ação comunitária persiste. A confiança nas instituições formais varia de alta a frágil em todos os países. Mesmo onde a confiança é baixa, a resolução de problemas liderada por pares permanece ativa.

 

O que podemos fazer

  1. Abordar as pressões estruturais combatendo o desemprego juvenil, a precariedade econômica e a fraca confiança institucional, juntamente com as normas de gênero.
  2. Envolva a esfera digital – desafiar conteúdo prejudicial e elevar vozes que modelam cuidado, igualdade e resiliência emocional.
  3. Reformule o cuidado como aspiração para homens e meninos, e apoiá-lo com políticas de licença remunerada e cuidados de saúde acessíveis.
  4. Invista na conexão entre pares e em espaços seguros que normalizam a vulnerabilidade e o diálogo sobre saúde mental.
  5. Prevenir o abuso facilitado pela tecnologia por meio da educação, responsabilização da plataforma e aplicação das leis existentes.

 

Sobre a Pesquisa

A pesquisa de levantamento ocorreu em:

  • Indonésia
  • Marrocos e Jordânia
  • Ruanda, África do Sul e Uganda

Esses estudos foram conduzidos com 800 mulheres e homens com idades entre 18 e 40 anos. O questionário foi traduzido e contextualizado para cada país. Os dados foram coletados online entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025.

 

Destaques do Relatório

  • Masculinidades na Indonésia: otimismo, conexões sociais e vidas digitais. A masculinidade indonésia está intimamente ligada à responsabilidade financeira, à autoridade e à honra familiar. Muitos homens relatam um forte sentimento de pertencimento, mas também de isolamento, com as plataformas digitais tanto os conectando quanto pressionando. As opiniões sobre igualdade são mistas: o apoio à representação feminina se une à crença de que os homens são melhores líderes políticos.
  • Masculinidades no Marrocos e na Jordânia: incorporando tradições com novas aspirações. Uma grande parcela de homens adota normas tradicionais, ao mesmo tempo em que apoia certas políticas de cuidado e igualdade. O ativismo político é limitado, mas muitos se envolvem na resolução de problemas comunitários. O uso da internet é moderado; o cenário de influenciadores varia de país para país. A intrusão facilitada pela tecnologia é comum e afeta desproporcionalmente as mulheres.
  • Masculinidades em Ruanda, África do Sul e Uganda: conexão, propósito e cuidado em um mundo em mudança. A confiança nas instituições varia – maior em Ruanda, menor na África do Sul, frágil em Uganda –, mas os esforços cívicos entre pares são ativos. Muitos homens buscam propósito e cuidado, mas as normas masculinas rígidas ainda restringem a abertura emocional e o apoio à igualdade.

Recursos

Inglês

Masculinidades na Indonésia: Otimismo, Conexões Sociais e Vidas Digitais

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Masculinidades em Marrocos e na Jordânia: incorporando tradições com novas aspirações

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Masculinidades em Ruanda, África do Sul e Uganda: conexão, propósito e cuidado em um mundo em mudança

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