Projetado para homens jovens, o Programa H incentiva a reflexão crítica sobre normas rígidas relacionadas à masculinidade e incentiva a transformação de papéis estereotipados associados ao gênero.
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Para desenvolver o currículo e a abordagem do Programa H, a Equimundo realizou pesquisas domiciliares e qualitativas com jovens do sexo masculino, demonstrando atitudes mais equitativas em termos de gênero e identificando fatores críticos para ajudar meninos e jovens do sexo masculino a adotarem atitudes e comportamentos semelhantes. Parceiros em todo o mundo têm adaptado essas atividades com base em resultados de pesquisas locais.
Programação
Atividades educacionais em grupo baseadas em evidências, como dramatizações e discussões de questões importantes, ajudam a mudar atitudes, ajustar mecanismos de enfrentamento e introduzir maneiras mais saudáveis de lidar com conflitos.
Campanhas
Campanhas lideradas por jovens incentivam grupos de apoio, envolvem os jovens e reforçam mudanças sociais específicas em uma comunidade.
O programa H tem o nome de homens e homens, as palavras para homens em português e espanhol. Lançado em 2002 pela Equimundo e parceiros e atualmente utilizado em pelo menos 32 países, o programa tem como público-alvo jovens do sexo masculino, de 15 a 24 anos, para incentivar a reflexão crítica sobre normas rígidas relacionadas à masculinidade. Baseia-se em uma extensa pesquisa com jovens do sexo masculino no Brasil com atitudes mais equitativas em termos de gênero. Esta pesquisa demonstrou que essas atitudes eram mais prevalentes entre homens que tinham um grupo de pares que apoiava a igualdade de gênero, haviam se beneficiado pessoalmente da igualdade de gênero de alguma forma e tinham modelos masculinos mais significativos.
O Metodologia do Programa H Promove sessões educativas em grupo, combinadas com campanhas e ativismo liderados por jovens, para transformar papéis estereotipados associados ao gênero (como a prevalência do uso de anticoncepcionais ou a distribuição das responsabilidades domésticas). Para complementar essas atividades, a Equimundo oferece um vídeo sem palavras para iniciar conversas. Era uma vez um meninoOs organizadores podem escolher entre cerca de 70 atividades validadas do Programa H para personalizar o programa de acordo com as necessidades de suas comunidades. Eles também podem utilizar o Programa HMD Toolkit, um manual resumido que inclui recomendações para a implementação de diferentes módulos. Os parceiros geralmente implementam de 10 a 16 atividades, uma vez por semana, ao longo de vários meses, em conjunto com campanhas de conscientização comunitária criadas pelos próprios jovens.
À medida que as organizações implementam o Programa H nas suas comunidades, podem usar a sua inovação Escala de Homens Equitativos em Gênero (GEM) para avaliação antes e depois de intervenções e campanhas, a fim de avaliar sua eficácia. A Escala GEM é uma escala de atitudes validada que foi adaptada e aplicada em mais de 20 contextos e demonstrou ser altamente útil como instrumento para avaliar atitudes em relação ao gênero.
Após participarem das atividades do Programa H, os jovens relataram muitas mudanças positivas, desde maiores índices de uso de preservativos e melhora nos relacionamentos, até maior disposição para assumir tarefas domésticas e menores índices de assédio sexual e violência contra mulheres. Os resultados de oito estudos, em sua maioria quase experimentais, sobre o Programa H em todo o mundo encontraram evidências de mudanças positivas entre os participantes: de atitudes e comportamentos mais equitativos em termos de gênero em geral, à melhoria da comunicação conjugal, redução da violência de gênero e melhores atitudes em relação à prestação de cuidados.
O Programa H tem sido usado para abordar uma variedade de questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva, incluindo a tomada de decisões contraceptivas compartilhadas, o estigma e a discriminação contra pessoas vivendo com HIV e AIDS, o uso de preservativos e o comportamento de busca por saúde sexual, entre outros. Mais recentemente, a adaptação americana do Programa H, denominada Masculinidade 2.0 foi implementado e avaliado como um programa de prevenção da gravidez na adolescência. Avaliações anteriores do Programa H demonstraram aumento no uso autorrelatado de preservativos, diminuição nos sintomas de ISTs autorrelatados e atitudes mais positivas em relação às pessoas vivendo com HIV.
O Programa H foi considerado uma boa prática na promoção da igualdade de gênero e na prevenção da violência de gênero pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial da Saúde, e foi citado pela UNICEF e pelas Nações Unidas por sua eficácia. Também foi elogiado pela Organização Pan-Americana da Saúde, PNUD e UNFPA. Foi oficialmente adotado pelos ministérios da saúde do Brasil, México, Chile e Croácia, entre outros países.
Reconhecendo a necessidade de trabalhar com e capacitar mulheres jovens juntamente com os homens, e com base na contribuição das parceiras dos participantes do Programa H, a Equimundo e os parceiros lançaram Programa M em 2006. Nomeado para mulheres e mulheres, as palavras para mulheres em português e espanhol, o Programa M envolve jovens mulheres em uma reflexão crítica semelhante sobre normas de gênero e empoderamento. A Equimundo e seus parceiros recomendam o uso das duas abordagens em conjunto e a inclusão de discussões específicas sobre diversidade sexual e homofobia.
Adaptações
Embora adaptadas a diversos contextos, as escolas têm sido, há muito tempo, um ambiente central de implementação tanto do Programa H quanto do Programa M, proporcionando ambientes estruturais de apoio por meio dos quais a abordagem pode ser ampliada institucionalmente. No Brasil, a Equimundo lançou o Portal para a Igualdade de Gênero nas Escolas para capacitar professores nas metodologias dos Programas H e M por meio de um curso online, enquanto na Índia, as abordagens do Programa H foram adotadas pelo governo e implementadas em mais de 25.000 escolas.
Adaptações recentes do Programa H incluem o Programa Ra e Manhood 2.0 em 2016. Programa Ra é a primeira adaptação do Programa H na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA), trabalhando com jovens homens de comunidades de acolhimento de refugiados e marginalizadas em temas como igualdade de gênero, não violência, saúde e direitos sexuais e reprodutivos (SDSR) e abuso de substâncias. Desenvolvido para jovens homens nos Estados Unidos, Masculinidade 2.0 é um currículo transformador de gênero e um programa comunitário criado para envolver os homens no desafio às normas de gênero prejudiciais e na redução da violência sexual e do abuso em relacionamentos/namoros.
O Programa H foi adaptado e/ou implementado com parceiros em pelo menos 32 países ao redor do mundo, incluindo: Américas (Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Estados Unidos); África Subsaariana (Burundi, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Bangladesh, Etiópia, Namíbia, Ruanda, África do Sul, Tanzânia); Europa (Bósnia e Herzegovina, Croácia, Kosovo, Sérvia); Ásia (Afeganistão, Índia, Indonésia, Nepal, Paquistão, Vietname); Médio Oriente (Líbano).
Programas relacionados
- Programa M: Projetado para mulheres jovens, o Programa M se concentra em papéis de gênero equitativos, empoderamento em relacionamentos interpessoais e saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
- Programa D: Projetado para uso com o Programa H e o Programa M, o Programa D combate a homofobia e promove a diversidade.
- Masculinidade 2.0: Adaptado do Programa H, Manhood 2.0 é uma iniciativa de transformação de gênero para envolver adolescentes e jovens na reflexão sobre normas de gênero prejudiciais nos Estados Unidos.